A pandemia da COVID-19 trouxe desafios significativos para o setor educacional, especialmente para as escolas particulares de educação básica no Brasil. Enquanto muitas dessas instituições enfrentavam perdas de alunos e períodos prolongados de fechamento, um fenômeno interessante começou a se desenhar nos bastidores: a intensificação das transações de compra e venda de redes de escolas.
Desde então, esse mercado passou por transformações significativas. E neste artigo vamos explorar como está o cenário atual desse mercado, que movimenta impressionantes R$ 80 bilhões, destacando a consolidação do setor, os principais players envolvidos, os desafios e oportunidades associados e porque COMPRAR E VENDER a sua rede de Escolas pode ser uma grande estratégia.
Por que o setor de educação tem crescido no mercado de fusões e aquisições?
O mercado de fusões e aquisições no setor educacional brasileiro está experimentando uma ascensão extraordinária, impulsionada por grupos econômicos nacionais e internacionais que delineiam o futuro da educação no país.
Em uma transação notável recente, o grupo Vitamina, com investimentos chilenos e nacionais, adquiriu 12 escolas na Grande São Paulo. Adicionalmente, a Cognitas, de origens inglesas, anunciou a compra da Escola Villare, adicionando 1,2 mil alunos ao seu portfólio e intensificando esse movimento dinâmico.
O destaque recai sobre o grupo Eleva, que ao investir quase R$ 1 bilhão na aquisição de 51 escolas do grupo Cogna, realiza um passo ousado ainda sujeito à aprovação do Cade. Esse movimento não apenas evidencia o potencial de expansão do setor, mas também sinaliza a perspectiva de empresas brasileiras alcançarem renome internacional na educação básica.
Crescimento Expressivo
O setor educacional transcendeu seu papel passivo, emergindo como um líder incontestável no mercado de fusões e aquisições, refletindo uma clara tendência ascendente. No primeiro trimestre de 2022, foi registrado um aumento notável de 72,7% nas operações. Esse ímpeto, sustentado por uma base sólida de crescimento em 2021, com 52 operações, representa um expressivo aumento de 93% em relação a 2020. O interesse vigoroso dos investidores se concentra no ensino básico, impulsionado pelo potencial de consolidação, oportunidades inexploradas e pelo aumento do valor investido por aluno. Além disso, este setor não só atrai atenção, mas também movimenta bilhões, com protagonismo de gigantes como Bahema, Eleva, Grupo SEB, Inspira e Rede Decisão. Inquestionavelmente, estamos diante de uma revolução na educação, e as oportunidades se desdobram tão vastas quanto o conhecimento que estamos moldando para as gerações futuras.
O mercado de educação básica é estimado em até R$ 80 bilhões, caracterizado pela estabilidade e previsibilidade a longo prazo.
Diferentemente do ensino superior, onde a permanência é limitada, na educação básica, os alunos podem ficar por pelo menos 14 anos, constituindo um público estável e cativo.
Tendências e Perspectivas para 2024
O mercado de educação básica está se tornando alvo de fundos de private equity e grupos estrangeiros, indicando uma consolidação prevista para 2024, impulsionada pelo faturamento de R$ 84 bilhões no ano anterior.
Gestoras e grupos internacionais, especialmente britânicos, estão negociando investimentos em escolas que adotam novas metodologias, sejam bilíngues ou possuam alto índice de aprovação no vestibular. Transações recentes, como o possível aporte de R$ 1 bilhão da L Catterton na Inspira e os fundos Atmos e Advent negociando com o Grupo Salta, evidenciam esse movimento. Grupos estrangeiros já realizaram aquisições expressivas, como a Inspired, que desembolsou R$ 2 bilhões pela Eleva em 2022.
O interesse é impulsionado pelo potencial de crescimento no Brasil, onde apenas 18% dos alunos da educação básica estudam em escolas privadas, e menos de 10% dos colégios privados oferecem período integral.
O setor movimentou R$ 84 bilhões em mensalidades em 2022, com um mercado de cursos complementares de R$ 6,4 bilhões. Apesar da demografia desafiadora, com uma média de 1,5 filhos por mulher, investidores veem a educação como um setor resiliente, crescendo acima da inflação e com famílias dispostas a investir mais por criança.
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